Modernismo no Brasil (século XX)
CONTEXTO HISTÓRICO
- Início da produção industrial e crescimento econômico
- Chegada de diversos imigrantes → transformações sociais
Com transformações sociais, a literatura começa a renovar com Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira, com textos partindo das raízes nacionais.
Ainda antes do grande evento da Semana de Arte Moderna de São Paulo (1922), tivemos:
- Exposição de Lasar Segall (1913)
- Exposição de Anita Malfatti (1917)
- Declarações de Monteiro Lobato (1920) – quando ele escreve sobre modernismo
Lasar Segall
- Estudou arte na Alemanha, apesar de nascido na Lituânia
- Foi o primeiro a apresentar obras “mais modernas” no Brasil
- Sua exposição de 1913 mostrava obras típicas expressionistas, bem como outras moderadamente modernas, mas que não chegaram a causar tanto impacto
Anita Malfatti
- Em 1912 estudou arte na Alemanha
- Em 1917, no Brasil, realiza uma exposição que foi criticada severamente por Monteiro Lobato
- Após essas críticas, Anita chama atenção dos artistas e intelectuais para seu modernismo, principalmente no uso de cores
Vitor Brecheret
- Italiano, estudou desenho e modelagem no Brasil (SP)
- Em Roma, continuou estudando escultura e participou de várias exposições
- Em 1919 retorna a SP, onde constrói seu ateliê
- Suas esculturas representavam a modernidade brasileira, indo além da realidade e expressando-se por formas geométricas, volumes e linhas simples
Di Cavalcanti
- Depois das exposições de Anita, Brecheret e Segall, começou a formar a ideia de uma mostra do que haveria difundido em arte brasileira
- Di Cavalcanti foi o principal organizador da Semana de Arte Moderna de 1922
- Gostava de representar a mulata brasileira
- Antes disso, havia iniciado sua carreira como caricaturista em 1914
- Em 1917, em SP estuda direito e frequenta um ateliê
- Então passa a conviver mais com artistas e intelectuais, como Oswald, Mário e Guilherme de Andrade
- Di Cavalcanti foi o principal organizador da Semana de Arte Moderna de 1922, expondo, inclusive, 12 de suas obras
- A partir de 1923, na França, conviveu com artistas expressionistas que mudaram sua forma de retratar temas sociais
Vicente do Rego Monteiro
- Começa seus estudos de arte em 1908 no RJ
- Em 1911 viaja para a França onde entra em mais contato com a arte francesa, bem como artistas europeus expressionistas
- Representava os corpos geometrizados
- Expõe obras suas na Semana de Arte Moderna de 1922
- Em 1923 trabalha para um grupo de balé, integra-se a um grupo de artistas franceses e depois traz ao Brasil uma exposição francesa importantíssima
- A partir de 1944 publica versos de um poema ("Poemas de Babel") e organiza autores e congressos brasileiros e franceses
- Depois dá aulas de arte no Pernambuco e Brasília, reunindo seus escritos num livro
MOVIMENTO PAU BRASIL(1924)
Movimento modernista onde Oswald de Andrade propunha que a poesia brasileira visse a ser um produto cultural exportado, como o Pau Brasil.
- Oswald ficou conhecido pela irreverência e crítica ao academicismo e à burguesia.
- Tivemos tanto o livro Pau Brasil quanto o Manifesto da Poesia Pau Brasil de Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral.
Características:
- Resgate do primitivismo
- Revisão crítica do passado
- Abandono do academicismo e uma nova originalidade
- Nacionalismo
- Linguagem coloquial e humorada
MOVIMENTO AMARELO VERDE(1926)
Foi uma corrente literária ultranacionalista, criada por Cassiano Ricardo, Menotti del Picchia e Plínio Salgado, em reação ao Manifesto Pau Brasil.
- Iam contra as vanguardas europeias e o academicismo.
- Em 1927 se transformaram na Escola ou Grupo da Anta, usando a anta como símbolo nacional.
MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO (1928)
Oswald de Andrade defendeu um movimento antropofágico junto com Tarsila do Amaral, buscando a brasilianização da arte.
- Ambos propunham a produção artística original com "a cara do Brasil", mas absorvendo o que havia de bom nos moldes internacionais.
- De acordo com Oswald, era preciso olhar para o Brasil do passado para desenvolver o nosso próprio caráter nacional.
- "Só a Antropofagia nos une: socialmente, economicamente, filosoficamente."
Tarsila do Amaral
Tarsila teve experiências francesas e aprendeu com artistas como Fernand Léger.
Ela retrata a figura da mulher como símbolo da sociedade industrial e moderna em suas obras.
Em obras como E.F.C.B. e A Gare, Tarsila introduz movimento por meio de contornos, cores e planos modulados.
As obras da fase Pau Brasil consistiam em cores fortes, silhuetas, paisagens naturais, figuras líricas e temas como o Brasil urbano e rural, sendo fortemente influenciadas pelo cubismo.
Na fase Antropofágica, inaugurada com Abaporu, há uma simplificação de cores e elementos, com figuras oníricas e influência do surrealismo.
Após uma viagem à União Soviética, Tarsila teve uma última fase voltada às questões sociais, coincidindo com a inflexão nacionalista de Cândido Portinari.
Cândido Portinari
Foi um dos principais pintores brasileiros e propagador do modernismo.
A partir de 1918, estudou na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Entre 1929 e 1931, viajou dentro da Europa para vários lugares.
É símbolo da expressão modernista típica de 1930.
Torna-se o primeiro vencedor de um prêmio brasileiro modernista no exterior com “Café”, em 1935.
Características típicas:
- Corpos humanos volumosos
- Pés enormes
- Retratava temas históricos, retratos modernos e cenográficos com tons muito brasileiros, ligados à terra
Em 1935, começa a ensinar
Pinta, a partir de 1936, painéis e murais sobre os ciclos econômicos e o desenvolvimento de São Paulo
Cícero Dias
Em sua terra natal (Pernambuco), começou os estudos e, em 1925, no RJ, continuou.
Em 1931, expôs sua polêmica tela pela sua temática e tamanho: “Eu vi o mundo... Ele começava no Recife”.
Características típicas:
- Uso frequente de azul e vermelho
- Tratamento poético das cenas nordestinas
Bruno Giorgi
Nasceu em SP, foi levado para Roma e voltou ao Brasil em 1930, quando ingressa no modernismo.
Nos anos 1950, passa à valorização de suas esculturas com:
- Sugestão de movimentos ou regiões
- Linhas curvas harmonizadas sem ângulos
- Bronze e figuras mais finas
Já nos anos 1960, introduz inovações: